Thursday, February 22, 2007

HUNTINGTON GALLERY - IMPERDÍVEIS







1 - Jonathan Buttall: The Blue Boy (c 1770)
Thomas Gainsborough (1727-88)



2 - Sarah Barrett Moulton: Pinkie (1794)
Thomas Lawrence (1769-1830)

Wednesday, February 21, 2007

I MUST



I MUST down to the seas again, to the lonely sea and the sky,
And all I ask is a tall ship and a star to steer her by,
And the wheel's kick and the wind's song and the white sail's shaking,
And a grey mist on the sea's face and a grey dawn breaking.

- John Masefield: Sea-Fever

AS MAZELAS DAS CRIANÇAS "RICAS"

Estamos acostumados a ouvir sobre as mazelas do mundo chamado "em desenvolvimento", mas o Unicef acaba de divulgar esse relatório sobre a situação das crianças nos paises ricos e descobriu que ainda tem muita coisa a ser feita por aqui. Nenhum país alcançou nota máxima em todos os tópicos analisados.

Para desapontamento dos muitos anti-americanos, o pior país para as crianças, no chamado "mundo desenvolvido" (segundo 40 indicadores analisados entre 2002 e 2003, incluindo saúde, educação, relação com a família, pobreza etc), não são os EUA, mas a Inglaterra.

Isso me lembrou os que, na semana passada, citaram a Inglaterra como exemplo, por punir criminalmente crianças de 10 anos de idade... parece que os súditos da rainha não são exatamente o melhor exemplo a ser seguido quando se trata de cuidados com as crianças.

Alguns dados do relatório:

A pobreza entre as crianças dobrou no reino Unido desde 1979. 16% delas vivem em famílias que têm menos de metade do salário mínimo nacional e apenas 43% avaliam que seus colegas são gentis e ajudam uns aos outros.
Não existe relação óbvia entre bem estar da criança e a riqueza do país. A República Tcheca, por exemplo, teve um índice geral mais alto que muitos países muito mais ricos.
Mortalidade infantil vai de 3 por cada 1.000 nascimentos no Japão e Islândia a 6 por 1,000 na Polônia e EUA. (No Brasil é de 22,5 em cada mil, indo de 13.9 no Distrito Federal a 47.1 em Alagoas)
Vejam abaixo a lista completa do relatório do Unicef:

01. Holanda
02. Suécia
03. Dinamarca
04. Finlândia
05. Espanha
06. Suiça
07. Noruega
08. Itália
09. Irlanda
10. Bélgica
11. Alemanha
12. Canadá
13. Grécia
14. Polônia
15. República Tcheca
16. França
17. Portugal
18. Austria
19. Hungria
20. EUA
21. Reino Unido

ONLY A DREAM...

Monday, February 19, 2007

A revolta dos Muckers

Aos poucos vão saindo das universidades brasileiras, como teses de mestrado e doutoramento em cursos nas áreas de ciências sociais, pesquisas e interpretações que esclarecem fatos, desconhecidos e esquecidos da história brasileira. Um exemplo disso é dado pela Professora Janaína Amado, baiana de Salvador, hoje radicada em Goiânia em "Conflito Social no Brasil - A Revolta dos Mucker" (Coleção Ensaio e memória, Editora Símbolo, 304 páginas, Cr$ 95,00).

Talvez o mais esquecido - e desconhecido - dos conflitos messiânicos brasileiros, até agora centrado em canudos, na figura do padre Cícero e, em nossa região, no Contestado (também ainda a espera de novos estudos), o trabalho da professora Janaína Amado transcende a simples área de interesse específico para chegar a todos que desejam compreender os fenômenos sociais, especialmente ligado à colonização alemã no Sul. Apresentado como tese de Doutoramento ao Departamento de História da Universidade de São Paulo, o trabalho foi aprovado por uma banca da qual fazia parte a professora Altiva Pilatti Balhana, do departamento de História da Universidade Federal do Paraná.


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A revolta "mucker" ocorreu entre 1868/1874 em São Leopoldo, a primeira colônia alemã fundada no Rio Grande do Sul, prolongando-se alguns incidentes até 1898. A palavra "mucker era usada como sinônimo de "beato", "fanático" e "santarrão". Assim, os adversários designavam, na época, pejorativamente, os rebeldes. A revolta envolveu imigrantes alemães que se reuniram em torno do curandeiro João Carlos Maurer e de sua mulher Jacobina, inicialmente para obter esclarecimentos e, mais tarde, com fins religiosos: acreditavam-se eleitos por Deus para fundar na Terra uma nove era, e começaram a trabalhar concretamente neste sentido. Perseguidos pelas autoridades locais, foram presos mas libertados por falta de provas condenatórias. Em 1873 registraram-se em São Leopoldo numerosos incidentes, como assassinatos e atentados, sendo os "mucker" considerados seus autores.

O clima tornou-se extremamente tenso, com acusações de parte a parte. Em junho de 1874, os adeptos de jacobina promoveram um ataque em massa contra os principais adversários. Foram deslocadas tropas do Exército e da Guarda Nacional para a região, Os rebeldes resistiram a três ataques matando o comandante das tropas legalistas. A 2 de agosto de 1874 a maior parte dos "mucker" foi morta; os restantes foram condenados a penas altas. Os impronunciados mudaram-se para outras colônias onde, anos depois, foram trucidados pela população local.

ICH BIN...


Ich bin der Geist, der stets verneint!
Und das mit Recht; denn alles, was entsteht,
ist wert, dass es zugrunde geht;
Drum besser wär's, dass nichts entstünde.
So ist denn alles, was ihr Sünde,
Zerstörung, kurz, das Böse nennt,
Mein eigentliches Element.

Verse 1338 bis 1343 aus Goethes "Faust, Der Tragödie erster Teil"