Wednesday, December 30, 2009

"As Belezas das Férias"

REFRAO:
Cai, cai, cai
no mes de Dezembro que vem
o tempo de ferias meu bem
Vai quem quer
a mim ninguem leva mais nao
pois ferias eu ja' sei como sao:

A mulher e' chata
e o cachorro late
e o menino berra
e o carro bate
e o mosquito torra [??]
e na volta e' a serra [???????]
e tem o seguinte
eu ja' nao tenho vinte

A mulher ta' gorda
e a mae dela e' sogra
e o gelo acaba
e o farol e' fraco
e o do outro e' alto
e o salario e' baixo
e teom o seguinte
eu ja' nao tenho vinte

REFRAO

A barraca e' baça [????]
e o vizinho escuta
e a cerveja e' quente
e o dedao destronca
e o compadre ronca
e a gravata espera
e teo o seguinte
eu ja' nao tenho vinte

A comida e' fria
mas meu carro esquenta
e o amigo bebe
e a cachaça e' minha
e a piscina e' rasa
e so' cabe oitenta
e tem o seguinte
eu ja' nao tenho vinte

REFRAO

Eu furei a boia
e quebrei os oculos
e acabou a pilha
e o meu time [team] e' zebra
e o macaco e' velho
e o pneu careca
e tem o seguinte
eu ja' nao tenho vinte

O nariz descasca
e o leite azeda
e eu nao fiz dieta
e errei a seta
e entrei na recta
e o barbo [????] aperta
e tem o seguinte
eu ja' nao tenho vinte.



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Friday, December 18, 2009

A MORTE... DEVAGAR!!!






Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.


Morre lentamente quem faz da televisão o seu gurue seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas quatorze polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.


Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo. Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.


Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias se queixando da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.




Martha Medeiros (Nov.2000)
O poema "Morre lentamente", atribuído por engano a Pablo Neruda, circula há anos na Internet, ao ponto de, na Espanha, muitas pessoas terem recebido seus versos como votos online de um feliz ano-novo. O poema na verdade é uma crônica intitulada "A morte devagar" da escritora e poeta Martha Medeiros. A mesma crônica foi citada por Clemente Mastella, ex-ministro italiano da Justiça, em discurso que comunicou sua renúncia ao cargo, em janeiro de 2008. Na época, Mastella também atribuiu o trecho ao poeta chileno.