Friday, November 17, 2006

O CONDE DO DESENHO APURADO



Até o período da Segunda Guerra Mundial, a BMW -- sigla para Bayerische Motoren Werke, ou fábrica bávara de motores -- apresentava o 328 como modelo esportivo da casa. Relativamente simples, possuía linhas inspiradoras e obteve algum sucesso de 1936 a 1940.

Mas, mesmo com uma variação mais sofisticada, a Mille Miglia, com carroceria toda em alumínio e estilo bastante aerodinâmico para os padrões da época, a linha 328 não mais se adequava ao período pós-guerra. Já duelando com a eterna rival Mercedes-Benz, a BMW tinha obrigação de apresentar um produto mais rápido e sofisticado, mas ainda confiável, capaz de rivalizar com supercarros de qualquer nacionalidade.
Assim eram apresentados em 1955, no Salão de Frankfurt, o 503 e o 507. Desenhados pelo conde Albrecht Goertz, o primeiro se mostrava apenas mais um belo carro. O roadster 507, entretanto, se materializava na forma não de um sonho, mas de uma envolvente realidade. Longa e baixa, sua carroceria ostentava uma elegância discreta, sem muitos ornamentos. Uma sofisticada escolha.

Estava claro que a BMW apostava mais no cuidado de execução e nos detalhes do que num estilo chamativo. Desenhado por Albrecht Graf Goertz, suas formas sugeriam movimento. O carro dispensava frisos, excesso de cromados e outros enfeites inúteis. A grade dianteira bipartida, bastante modificada em suas dimensões de até então, e os emblemas da marca atestavam a origem nobre do roadster.

Cabe aqui um comentário especial sobre a figura impar do Conde Goertz, que foi discípulo do renomado Raymond Loewy, desenhista de inúmeros ícones do Século XX. Goertz emigrou da Alemanha para o Estados Unidos, tendo inclusive servido ao exercito americano. Muito embora não tenha muitos trabalhos, contrabalança o fato de serem de enorme expressão. É considerada sua a criação do primeiro Datsun Z e do primeiro Nissan Silvia, alem do Toyota 2000. . Goertz deixou-nos em 27.10.2006.

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